
-Diz que me amas e que queres ficar comigo para sempre.
Eu sussurrei-lhe estas palavras bem baixinho ao seu ouvido, como se fossem um segredo que pode fugir e já não se agarra. Sussurrei-as enquanto estava deitada a seu lado, partilhando a mesma cama, os mesmos lençóis, as mesmas memórias. A mesma vida.
-Porque haveria eu de te dizer isso agora?- perguntou ele, como que se esta fosse a questão mais pragmática e confusa do mundo(e era, pelo menos do seu).
Senti-me maltratada naquele momento. As palavras que tão inocentemente lhe saíram da boca, com a mesma inocência me trespassaram o coração.
-Não me amas? Não queres ficar comigo para sempre?- perguntei eu, enquanto uma lágrima malandra que não consegui conter rolava por minha cara abaixo.
Ele, assim que a viu, limpou-a. Olhou-me bem fundo nos olhos e, suave e docemente, respondeu:
-Se eu soubesse o que é o amor, responderia com certezas a essa tua questão. Mas não sei. Infelizmente, não sei se isto que por ti sinto é amor. A única coisa que sei é que quero estar contigo. Não digo eternamente, porque as coisas mudam, mas durante um tempo ilimitado. Para sempre é muito tempo. Mas a teu lado, receio que possa ser muito pouco.
Não quero pensar no amanhã. Quero simplesmente o agora, este momento. Quero-te a ti, hoje, agora, aqui. Porque estas são as únicas promessas que posso cumprir: Que te amo a ti, que te amo hoje, neste preciso momento. Que te amo a ti, e em qualquer outro lugar. Que te amo a ti e só mesmo a ti.
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