
-Porque é que estás a chorar?
-Porque sim, porque é uma merda.
-O que é que é uma merda, paixão?
-Tudo. O mundo, o amor, as amizades, esta cidade.
-Magoas-me ao dizer isso...
-Sabes que é verdade.
-Nunca te dei motivos para te queixares.
-Não.
-Então porque dizes que sou uma merda?
-Não disse que eras, disse que o amor era uma merda. E continuo com a mesma opinião.
-Então se o amor é uma merda, o que nós temos é uma merda...
-Não.
-Mas o que nós temos... Não é amor?
-Não.
-Então o que é?
-O que nós temos é mais ou menos um placebo. Se nós acreditarmos que é amor, e se lhe tratarmos por amor, mais tarde ou mais cedo terá o mesmo efeito. Mas como ambos sabemos que isto amor não é, vai-nos apenas destruir, pois em tempos acreditámos que poderia mesmo nos curar...
-Que doença que o amor é,
que nos corrói por dentro
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